Por que esse 7-9 foi diferente dos dois anteriores? Saints explica.



Pela terceira temporada seguida, o New Orleans Saints falhou ao tentar campanha superior a 0.500 em algum ponto da temporada, algo que o time tem em comum somente com o Jacksonville Jaguars (que fase!!!).

Os jogadores e comissão técnica pensam que o time de 2016 foi diferente que os dois anteriores que finalizaram com a mesma campanha, mas agora, na inter-temporada, o Saints encontra as mesmas questões que foi capaz de responder no último par de anos.

O técnico Sean Payton disse segunda-feira à rádio WWL-AM870 que planeja retornar para a temporada 2017, o que poderia colocar fim aos rumores sobre o seu futuro e os jogadores pensam que ganhar na próxima temporada é a melhor maneira de prevenir notícias similares às que “pipocaram” nos noticiários ao longo dos últimos dias.

Enquanto isso, um retorno faz de Sean Payton o único técnico na liga a permanecer no cargo no mesmo time, mesmo após três temporadas vindo de campanhas negativas. Para um homem, os jogadores pensam que mudanças por atacado não são necessárias, por conta da parte jovem do time – os draftados de 2016 sendo a razão chave – e também devido ao crescimento em alguns setores do time na temporada que acabara de se encerrar. O vestiário não sofreu um colapso mesmo durante a temporada complicada e o Saints gostou da mudança de cultura em relação às temporadas anteriores.

Mas o time – e em particular Drew Brees – entende que não é possível continuar dizendo “próxima temporada” se não há como evitar o que o punter Thomas Morstead descreve como “sentimento de vazio” ao sair do campo na semana 17.

“Em algum ponto você se cansa de perder, entende o que eu digo?”, disse o LB Dannell Ellerbe. “Ninguém gosta de perder! Se a liderança precisa se intensificar e exigir mais, foram dois anos meus sendo 7-9. Não é sobre isso que quero falar. Vamos fazer o que temos que fazer para melhorar a defesa”.

Melhorar a defesa é obviamente o primeiro passo para a virada, seja através do período de free agency, do draft ou então com esses mesmos jogadores, porém com melhor performance. O Saints finalizou em 27º lugar em jardas cedidas e em 31º em pontos cedidos. Mesmo com a visível melhora do setor na segunda metade da temporada, o resultado final foi semelhante às temporadas de 2014 e 2015.

Enquanto isso o ataque foi o primeiro em jardas e o segundo em pontos anotados. Drew Brees passou para mais de 5000 jardas (pela quinta vez), Mark Ingram correu para mais de 1000 jardas (algo que não acontecia desde 2006) e o time teve Cooks e o calouro Michael Thomas passando de 1000 jardas recebidas. Mas, em dois dos jogos mais importantes da temporada, nas semanas 13 e 14, o Saints anotou somente 13 e 11 pontos respectivamente.

O time de especialistas foi outro ponto negativo e causa grande preocupação. Foram chutes bloqueados em dois jogos que provavelmente custaram a vitória e uma possível ida à pós temporada, além de outro par bloqueado durante outros jogos.

Mesmo com alguns dos problemas com a equipe, o time entende que está perto de superar a decepção das três temporadas negativas, especialmente se conseguir mudar uma estatística chave.

Atrás somente do Detroit Lions, o Saints teve 12 jogos decidido por uma posse de bola. O time finalizou 5-7 nesses jogos e se um pouco mais acontecesse a favor, nesse momento o time poderia estar se preparando para jogar a pós temporada. Comparativamente, o Lions teve campanha 8-5 nessa situação e conseguiu uma vaga na rodada de wild-card.

“Temos que melhorar nesse aspecto”, disse Sean Payton.

Em 2015, o Saints foi 5-5 nessa situação de jogo decidido por uma posse de bola. Em 2014, foi 3-5.

A falta de habilidade e consistência em ganhar jogos apertados começou na semana 1, com a derrota por um ponto contra o Oakland Raiders, no Superdome. Após iniciar com campanha 0-3, o time se recuperou e chegou ao melhor momento quando foi 4-4 antes de perder quatro dos cinco jogos seguintes.

“Falamos sobre o início rápido; não fomos competentes para conquistar as vitórias”, disse Payton. “Falamos sobre nossa margem de erro nesses jogos apertados. E, veja, podemos passar por cada jogo especificamente, mas acho que há uma certa quantidade de dureza nesse time. Penso que nós, obviamente, temos que ter uma boa inter temporada com relação ao pessoal, e temos que melhorar como técnicos, especialmente quando se trata deste tipo de jogo. Olhe, todo final de semana estamos vendo”.

Brees disse ao longo do ano que o Saints foi um time ascendente, mas nunca chegaram ao ponto ideal. A esperança agora é que a temporada difícil pode preparar o time para ganhar aqueles jogos apertados em 2017, e mesmo que a equipe tenha tido a mesma campanha nas três últimas temporadas, muitos dos rostos são diferentes – e haverão mais mudanças antes da próxima temporada.

Penso que precisamos primeiramente reconhecer o que se ganha e se perde nessa liga”, disse Brees, “e entender que, todos os anos há 8, 10 jogos que são decididos por uma posse. E então saber o que precisamos fazer para ter certeza de que estamos fazendo as jogadas que nos dão a oportunidade de ganhar a maioria desses jogos, pois isso realmente é o que faz a diferença entre ser um time de campanha 12-4 ou então ser somente um time intermediário, de campanha 7-9, 8-8 ou 9-7, o que infelizmente temos sido muitas vezes”.

Situações através do ano fizeram o Saints sentir tinha que fazer o jogo quase perfeito. Isso poderia se aplicar ao início 0-3, ou os muitos jogos onde uma das três unidades cometeram erros que prejudicaram o time todo.

Em muitas formas, o jogo final contra o Falcons foi um espelho da temporada. A defesa teve atuação patética, permitindo touchdowns em todas as cinco posses de bola que o adversário teve no primeiro tempo. Daí, no segundo tempo, a defesa limitou o ataque do Falcons a somente 3 pontos, enquanto o ataque teve uma recuperação incrível deixando o jogo apertado – a esperança era remota, mas existiu.

“Estamos sempre correndo atrás, começamos mal, e terminamos fortes”, disse o DE Cameron Jordan.

Agora o Saints tem que gastar os próximos nove meses pensando em como assegurar melhores resultados.

“Penso que há muita fome e muitos caras que tem uma paixão incrível por jogar e querem estar aqui”, disse Zach Strief, observando que o Saints passou por dores de crescimento anteriormente. “É difícil quantificar porque parece diferente, mas parece. Veja, esse último jogo não é um mau exemplo. Você está jogando por orgulho. Você é queimado nos dois lados no primeiro tempo e então você volta para o segundo tempo e não começa bem, e ainda assim você tem uma equipe capaz de se manter no jogo”.

“O pessoal deixou o estádio, provavelmente mudou de canal na TV e você tem um grupo de caras que ainda está lutando. Não sei como explicar porque isso é especial, mas nem sempre é assim”.

Texto por: Marcelo Afonso da Silva
Fonte: nola.com

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